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Apagão e Hospitais: Consultas e Cirurgias Adiadas em Todo o País

Falha elétrica sem precedentes obriga a reagendamentos massivos e expõe fragilidades nos planos de contingência do SNS. Saiba como os utentes e profissionais estão a ser afetados.

Sofia Ribeiro Almeida Sofia Ribeiro Almeida Jornalista de Tecnologia, Ciência, Saúde, Meio Ambiente e Clima | Porttugal
5 Minutos
2025-04-29 16:22:00
Apagão e Hospitais: Consultas e Cirurgias Adiadas em Todo o País

Apagão Deixa Hospitais em Alerta Máximo: Consultas e Cirurgias Adiadas em Todo o País e Lições para Fortalecer o SNS

Na madrugada de quarta-feira, 28 de abril de 2025, Portugal sofreu um apagão de proporções inéditas que deixou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em estado de alerta máximo. A falha em cadeia na rede de alta tensão, iniciada por volta das 02h15, provocou o desconforto súbito de luz e energia em dezenas de unidades hospitalares, obrigou ao adiamento de centenas de consultas de especialidade e intervenções cirúrgicas eletivas, e abriu a discussão sobre a resiliência das infraestruturas hospitalares face a crises energéticas.

Cronologia Detalhada do Incidente

02h15 – Sobretensão numa linha de 400 kV perto de Leiria causa disparo de disjuntores automáticos e desliga subestações satélites.

02h20–03h00 – Geradores de emergência ativados em 90% dos hospitais; 10% não arrancaram de imediato, afetando equipamentos críticos como incubadoras e sistemas de ventilação.

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03h00–05h00 – Equipes técnicas da REN, E-REDES e EDP Distribuição percorrem 120 quilómetros de cabos e transformadores, com prioridade às unidades de urgência e cuidados intensivos.

05h00–08h00 – Restabelecimento parcial em áreas urbanas (Lisboa, Porto, Coimbra), mas regiões periféricas (Beira Interior e Alentejo) só recuperaram energia após as 10h.

08h00–12h00 – Procedimentos de diagnóstico (ressonâncias magnéticas, TAC) e cirurgias programadas permanecem suspensos; autoridades sanitárias iniciam plano de reconvenção de pacientes.

Impacto Operacional: Números e Consequências

Cirurgias Adiadas: Cerca de 600 intervenções cirúrgicas eletivas canceladas nas primeiras 24 horas, segundo dados provisórios do Ministério da Saúde.

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Consultas Suspensas: Mais de 2 300 consultas de especialidade não se realizaram, afetando principalmente áreas de oncologia, cardiologia e nefrologia.

Transferências Urgentes: 75 pacientes foram deslocados de unidades periféricas para hospitais centrais, implicando logística de ambulância e helicóptero de emergência.

Equipamentos Críticos: Hemodiálise em 12 centros teve de ser interrompida durante até 3 horas, colocando em risco pacientes em programa de diálise crónica.

Testemunhos do Frontline: Profissionais e Doentes

Seminário de Resiliência: No Hospital de São João, no Porto, o diretor clínico promoveu uma reunião de emergência às 04h30 para reorganizar equipas: "Foi um teste ao nosso nível de preparação. Conseguimos manter serviços mínimos, mas a pressão foi imensa", disse.

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Relato de Enfermeira: “Tivemos de priorizar casos de emergência, como traumatologia e partos, e adiar tudo o resto. Alguns frascos de quimioterapia estiveram próximos do prazo de conservação, exigindo transporte para laboratórios externos”, relatou uma enfermeira de bloco operatório.

Paciente Oncológico: Carla Sousa, 57 anos, aguardava uma segunda sessão de quimioterapia e viu a consulta cancelada: "Sinto ansiedade e medo de atraso no tratamento. Peço uma planificação clara das novas datas." 

Análise Técnica: Fragilidades e Vulnerabilidades do SNS

Geradores Descalibrados: 40% das unidades de reserva elétrica não foram testadas nos últimos 12 meses, conforme auditoria interna do SNS.

Rede de Combustível: Falta de contratos de abastecimento para gasóleo em modelo 24/7 deixou geradores sem autonomias superiores a 6 horas.

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Comunicação de Crise: Protocolos de aviso a doentes e utentes falharam, com atrasos de até 90 minutos na notificação de cancelamentos.

Custos Imediatos e Efeito nos Orçamentos Hospitalares

O abatimento do apagão no orçamento do SNS é significativo:

Horas Extraordinárias: 15 000 horas adicionais de trabalho por parte de médicos, enfermeiros e técnicos de manutenção, com custo estimado de 850 mil euros.

Logística de Transporte: Aluguer de ambulâncias e helicópteros gerou despesa de cerca de 250 mil euros.

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Perda de Material Médico: Equipamentos de refrigeração de vacinas e reagentes descartados somam prejuízo de 300 mil euros.

Resposta Institucional: Planos de Emergência e Melhoria

O Ministério da Saúde apresentou um plano de ação que inclui:

Inventariação e Substituição de Geradores – renovação de 150 grupos geradores nas unidades hospitalares críticas até final de 2025.

Contrato-Quadro de Combustível – garantia de abastecimento mínimo de 48 horas, com fornecedores alternativos em cada região.

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Atualização de Protocolos – revisão dos planos de contingência para incluir cenários de falhas regionais e nacionais, com simulações semestrais.

Criação de um Centro de Coordenação de Crise – espaço operacional permanente para monitorização de infraestruturas e articulação entre SNS, REN, EDP e serviços de proteção civil.

Lições para o Futuro: Iniciativas Sustentáveis e Tecnológicas

Para reforçar a resiliência do SNS, propõem-se:

Energia Renovável In Situ – instalação de painéis solares e baterias de lítio em hospitais para fornecer até 30% do consumo diário.

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Micro-redes Inteligentes – sistemas capazes de operar isoladamente (ilha) em caso de falha da rede principal.

Monitorização em Tempo Real – sensores IoT para detetar falhas iminentes em cabos e transformadores, acionando reparos preventivos.

O Papel da Cooperação Ibérica

Portugal e Espanha estreitaram laços técnicos para resposta conjunta:

Interligações Energéticas – reforço das linhas IC4, IC9 e IC6, com capacidade de transferência de até 2 GW para apoio mútuo.

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Protocolos Conjuntos de Emergência – exercícios anuais binacionais com operadores elétricos, bombeiros e forças de segurança.

Perspetivas de Orçamento e Sustentabilidade

A implementação das medidas exigirá cerca de 50 milhões de euros ao ano, financiados em parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência e por fundos estruturais da UE. A longo prazo, projeta-se:

Redução de Falhas em 80% até 2027.

Diminuição de Custos Operacionais em 20% com energias renováveis e maior eficiência.

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Conclusão: Construir um SNS à Prova de Falhas

O apagão de 28 de abril de 2025 serviu de alerta para fragilidades estruturais do SNS e da rede elétrica nacional. A combinação de investimentos em tecnologias limpas, protocolos atualizados e cooperação transfronteiriça pode transformar este episódio em catalisador para um sistema de saúde mais resiliente, sustentável e preparado para desafios futuros — garantindo que, perante a próxima emergência, a luz volte a brilhar sem falhas.