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Alimentos que Protegem o Coração: Verdades, Mitos e Conselhos Práticos para uma Vida Saudável

Descubra quais alimentos realmente beneficiam a saúde cardiovascular, desmistifique crenças populares e aprenda a incorporar escolhas saudáveis no seu dia a dia.

Sofia Ribeiro Almeida Sofia Ribeiro Almeida Jornalista de Tecnologia, Ciência, Saúde, Meio Ambiente e Clima | Porttugal
8 Minutos
2025-05-17 12:18:00
Alimentos que Protegem o Coração: Verdades, Mitos e Conselhos Práticos para uma Vida Saudável

Alimentos Funcionais e Saúde Cardiovascular: Análise Crítica com Base em Evidência Científica

O paradigma actual da saúde pública portuguesa aponta as doenças cardiovasculares como um dos principais factores de mortalidade prematura. A alimentação, enquanto determinante modificável da saúde, assume um papel fulcral na promoção da saúde cardiovascular, sendo reconhecida como ferramenta de prevenção primária e secundária. Esta abordagem ganha relevo num contexto onde, segundo a Direcção-Geral da Saúde, mais de 30 mil mortes por ano estão associadas a patologias do sistema circulatório em Portugal.

Instituições como o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a CUF Academic Center e a Ordem dos Nutricionistas têm vindo a reforçar a necessidade de intervenção precoce através da educação alimentar, com base em directrizes sustentadas por evidência.

Perfis Alimentares Cardioprotetores

O consumo regular de peixes ricos em ácidos gordos ómega-3 — nomeadamente salmão, sardinha e cavala — está associado a reduções mensuráveis nos níveis plasmáticos de triglicerídeos e a uma menor incidência de eventos cardiovasculares, como evidenciado em meta-análises publicadas pelo European Journal of Preventive Cardiology.

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Paralelamente, frutos vermelhos (e.g., morango, mirtilo, amora) têm demonstrado actividade antioxidante relevante, especialmente devido à presença de antocianinas. Estudos desenvolvidos na Universidade do Porto corroboram a sua eficácia na melhoria da função endotelial e na inibição da oxidação lipídica.

As oleaginosas, como nozes, amêndoas e avelãs, possuem elevado teor de ácidos gordos mono e polinsaturados, bem como fitoesteróis e fibra dietética, com impacto positivo sobre o perfil lipídico. A sua inclusão regular em dietas controladas está associada a reduções do colesterol LDL em cerca de 5 a 10%, conforme demonstrado em ensaios clínicos randomizados.

A aveia, pela sua riqueza em beta-glucana, exerce efeito hipocolesterolémico e glicémico comprovado. O seu consumo diário, em doses mínimas de 3g de fibra solúvel, tem sido defendido por organismos como a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).

Por fim, o azeite extra virgem, pilar da dieta mediterrânica e produto emblemático da agricultura portuguesa, é rico em compostos fenólicos com actividade anti-inflamatória e antioxidante. A sua utilização como principal fonte lipídica tem sido associada a redução da mortalidade cardiovascular em estudos longitudinais, como o PREDIMED.

Críticas ao Discurso Popular e Desmistificação de Ideias Preconcebidas

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Persistem, no entanto, vários mitos alimentares enraizados no imaginário colectivo, que carecem de correcção baseada na ciência. Um dos mais prevalentes é a crença de que o consumo de ovos contribui para o aumento do colesterol sérico. Actualmente, diversos estudos prospectivos desmentem essa associação em indivíduos saudáveis, permitindo o consumo moderado (1 ovo/dia) sem prejuízo clínico.

Igualmente relevante é a percepção negativa sobre todos os tipos de gordura. Enquanto as gorduras trans devem ser eliminadas, as gorduras insaturadas, presentes em alimentos como o azeite, abacate e peixes gordos, têm um papel benéfico comprovado.

Relativamente aos hidratos de carbono, importa distinguir entre os refinados e os complexos. Estes últimos, presentes em leguminosas, cereais integrais e tubérculos, têm impacto positivo no controlo glicémico e são indispensáveis em dietas equilibradas.

Recomendacões para Promoção de Estilos de Vida Saudáveis

Iniciativas como o programa “Coração em Forma” da CUF têm contribuído para a disseminação de boas práticas alimentares junto da população escolar e em unidades de saúde comunitárias. Com uma adesão superior a 12 mil participantes em 2022, estas acções educativas têm mostrado impacto mensurável na melhoria do conhecimento nutricional e na mudança de comportamentos.

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Recomenda-se, assim, a promoção de um padrão alimentar baseado em alimentos minimamente processados, predominantemente de origem vegetal, aliado a actividade física regular, hidratação adequada e higiene do sono.

Importa, ainda, desmistificar a ideia de que uma dieta saudável é inacessível. A implementação de políticas públicas que incentivem a agricultura de proximidade, subsídios a produtos saudáveis e fiscalização rigorosa da indústria alimentar deve ser prioritária.

Como afirmava o Prof. José Eduardo Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra: “Na prevenção cardiovascular, o prato é mais poderoso do que o comprimido”. E é nessa perspectiva que a alimentação deve ser integrada na formação clínica, na educação para a saúde e na prática social quotidiana.